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SOBRE MIM / ABOUT MY SELF / TENTANG DIRI SAYA / KONA-BA HA'U AN.

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Olá..., Sou Paulo S. Martins, de Ainaro, sou eis seminarista do Seminário Maior de São Pedro e São Paulo Fatumeta, Díli, Timor-Leste (Eis Frater), licenciado em Direito pela Escola de Direito da Universidade do Minho, Braga-Portugal e sou mestre em Direito Tributária pela mesma escola. Atualmente sou jurista e assessor legal num instituto público em Díli. Ora, esta página criei em 2010 com intuito partilhar pouco conhecimento que eu tenho ao público em geral e aos que têm sempre sede de ciências e informações. Os conhecimentos e as informações que opto por publicar aqui sempre estão relacionados com direito, cultura, família e poemas. Aqui vai a minha página. Portanto, agradeço imenso pelos comentários e sugestões dados para melhorar esta página. Um grande abraço. Paulo Martins

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A utilização do preservativo como um meio da humanização sexual.

A utilização do preservativo como um meio da humanização sexual.
(Uma perspectiva social-religiosa)

( Paulo Soares Martins)



A utilização do preservativa ou digamos por outra palavra, a utilização deste método de contracepção na vida humana não é uma coisa estranha aos olhos dos seres humanos, mas, sim, é uma coisa antiga que evolui com a vida humana.

Na civilização clássica, o homem desconhecia quais eram os métodos de contracepção que existiam para prevenir a taxa de natalidade infantil. Foi na civilização chinesa clássica que se usaram pela primeira vez os remédios naturais para controlar e prevenir a taxa de natalidade, neste caso, prevaleceu um método de contracepção tradicional. Na realidade do povo timorense, quer na era da ocupação colonialista, quer na actualidade, ainda existe o método de contracepção tradicional que se traduz no consumo de ervas ou algumas plantas para prevenir a natalidade infantil. Por exemplo, algumas mães que não querem mais ter filhos, vão pedir algumas receitas de remédios tradicionais aos velhos, sobretudo, makair-fukun, matan do’ok e os que são conhecidos como “conhecedores dos remédios tradicionais”, para lhes darem os remédios que possam prevenir a natalidade infantil. Hoje em dia, com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia resultaram várias descobertas para a prevenção do nascimento humano as quais chamamos de métodos contraceptivos.

Há vários métodos contraceptivos, sobretudo, o método contraceptivo natural, o tradicional e o medicinalis ou tecnológico. O método contraceptivo natural traduz-se na intervenção natural, ou seja, um método que consiste na consciência humana para não ter uma relação sexual que resulte em gravidez, ou digamos na linguagem eclesiástica que é abstinência na relação sexual. O método contraceptivo tradicional é aquilo que já expliquei anteriormente em relação ao caso da sociedade tradicional como na China e em Timor-Leste. Entretanto, o método contraceptivo medicinalis ou tecnológico é um método que se traduz no uso dos meios tecnológicos para prevenir e controlar a taxa de natalidade infantil, o uso da camisa de Vénus ou “Kondom”, por exemplo.

Na realidade factual, estes três métodos ainda existem apesar da igreja católica só permitir aos seus fiéis a utilização do método contraceptivo natural e discordou relativamente à utilização do método contraceptivo tradicional e do tecnológico sendo que a vida humana é sagrada. A Igreja justifica a sua discordância porque a utilização do método tecnológico permite a transição de uma situação free-love ou free sex que contradiz a doutrina religiosa. Porque a doutrina religiosa diz que a relação sexual só pode ser feita entre dois sujeitos heterossexuais e após o casamento. E este casamento tem uma característica monogâmica e não permite a possibilidade de existir o divórcio. E se houver divórcio, a igreja católica vai condená-lo através da sua representante legal que espalham nas igrejas de Cristo.

Todavia, o avanço do desenvolvimento humano vem contestar esta doutrina e principalmente contradiz a perspectiva religiosa sobre a utilização do preservativa. Porque para além da exigência da necessidade biológica, o mundo está em guerra com várias doenças mortais, principalmente o HIV/SIDA. Segundo análises laboratoriais, a SIDA é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que penetra no organismo por contacto com uma pessoa infectada. A transmissão pode acontecer de três formas: relações sexuais; contacto com sangue infectado; de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação. Ora, o homem como ser humano, normalmente tem o impulso sexual, este é um impulso meramente sensual que exige uma responsabilidade que seja positiva (facere ou concretizar por um meio lícito) ou negativa (Non Facere, ou poder recorrer a outro meio ilicitamente aceitável ) por parte do sujeito que o sofre. Como o homem é de carne e osso, como tal é fraco. Por isso, é difícil dizer não à exigência sexual que emerge quando ele tiver “contacto” com outra/o homóloga/o, ou seja, com outro género humano, homem e mulher. Por isso, na realização ou na resposta dessa exigência biológica, muitas vezes resulta um impacto negativo ou ameaça à saúde do homem, então, a última via para que o homem fique livre destas doenças, HIV/SIDA, é a utilização do preservativo.

Como já referi anteriormente, a posição da igreja católica no passado, discordava totalmente da utilização do método contraceptivo tecnológico ou o uso do “kondom”, mas hoje em dia, “Pela primeira vez na história, um Papa admitiu a utilização do preservativo “para reduzir “em certos casos” os riscos de contaminação” do vírus da sida, segundo um livro de entrevistas que será lançado na terça-feira. Excertos foram publicados este sábado no jornal do Vaticano. Assim como cito na fonte de informação, “(…)Em África, a Sua Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da sida.

Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA.” Isto quer dizer que a igreja católica quer seguir as pegadas do seu fundador Jesus Cristo e seus apóstolos e pretende valorizar a vida humana frente a todos os fenómenos sociais. Sendo que o seu fundador era a única figura humanista em todo o tempo e em toda a história da humanidade. Visto que na Bíblia, Jesus salvou a vida humana desde os mais desfavorecidos até aos favorecidos na sociedade e face à situação dilemática entre a vida humana e a lei, Ele escolheu a vida humana em vez de obedecer a uma lei que não valorizava a sacralidade da natureza humana.

Desta forma, segundo o meu entender, a posição da igreja católica que foi manifestada pelo sumo pontífice recentemente é uma posição humanista-religiosa e realista-sociológica muito importante na vida humana como um meio da humanização sexual, na medida em que o homem é de carne e a carne é fraca tornando-se muito sensível a questões terrenas, sobretudo à exigência biológica. Por isso, numa certa circunstância é aceitável a utilização do método contraceptivo para que se proteja a vida humana pelo risco da morte, ou melhor digamos como a expressão clássica que dizia “seria melhor prevenir do que curar”. Por isso, a utilização do preservativo é um meio para salvar o homem face ao perigo da HIV/SIDA e como um meio da humanização sexual. Isto é, valoriza a relação sexual como o topo da realização de amor e não é uma relação meramente de prazer que possa ser alvo de contrato. Porque um contrato por sua natureza é uma actividade realizada por vontade própria e que este contrato pode ser acabado em qualquer momento em que os sujeitos perderiam a sua vontade. E aí, resulta uma desvalorização sexual que assenta num prazer sem amor. Neste caso, poderia recorrer a free-love ou free-sex. Por isso, sua Santidade, Papa Bento XVI, disse que em “certos casos” a utilização do preservativo é aceitável pela Igreja, na medida em que pode afastar o homem da contaminação do vírus HIV/SIDA. Segundo a minha perspectiva, isto quer dizer que a Igreja aceita a utilização do preservativo quando o sujeito na relação sexual julga que um outro sujeito está ameaçado com o vírus de HIV/SIDA, ou seja, está contaminado por esse vírus.

Neste contexto, temos de ter em conta a consciência do homem que está infectado por esse vírus para reconhecer parcialmente a sua situação face ao seu parceiro ou à sua parceira para que o outro tenha atenção e não seja afectado devido à relação sexual. Face a esta situação, a Igreja pretende valorizar e elevar a dignidade da pessoa humana que está afectada com esse vírus, uma vez que ela é a criatura de Deus, é a imagem à semelhança de Deus.

Para concluir, esta posição da Igreja católica não quer dizer que aceita totalmente ou absolutamente a utilização do preservativo na relação sexual. Mas, “aceita” em sentido de tolerância com quem está infectado positivamente com o vírus HIV/SIDA, principalmente uma sociedade que está a viver com a propagação desse vírus, o continente africano, por exemplo. Neste caso, é um meio da humanização sexual por parte da quem está contaminado com o vírus HIV/SIDA para que ele possa iniciar uma relação sexual com o seu parceiro, na medida em que ele próprio tem de saber que o outro está saudável e não pode ser contaminado por causa do seu acto. Ou seja, deixar o outro viver livremente sem dores incuráveis, em vez de o ver morrer juntamente com os infectados. Mas, aqui prevalece a consciência e liberdade dos sujeitos para estabelecer esta relação.

O perigo está em não reflectir conscientemente acerca da questão da saúde, mas concentrarem-se apenas no prazer sexual. Logo, a solução não é a humanização sexual da parte dos infectados mas é uma bondade em partilhar a doença por parte dos infectados com os que estão numa condição saudável. Ou uma má graça gratuita que foi recebida pela parte de quem está saudável devido a um prazer descuidado na relação sexual.



Autor:

Paulo S. Martins

(Estudante do Uminho, Braga-Portugal)

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GENTE DE TIMOR (Obra Original do Paulo S. Martins)

Da ilha verde, da forma de crocodilo.
Da verdura montanhosa e da alma lutadora.
De um sangue humilhado mas não ser humilhada.


Da brisa da frescura e do aroma da verdura,
Do rio pedroso e das rasas espinhosas,
das cores arco-íris e das flores da natureza.


Ó gente de Timor...!
Das praias bonitas e das ondas manhosas,
das águas quentinhas e das bocas sorridentes.


Do coração da pomba e pele da cobra,
dos olhos da águia e pés dos crocodilos.
das mãos do campo dos pés do viagante.


Ó gente,
minha gente
gente de Timor...!
mostrai a boca e lavai os olhos,
treinai as asas e voai mais alto,
treinai os pés e chegai mais longe.


Uma Lisan Diurpu,

Uma Lisan Diurpu,
Uma lisan Diurpu, hanesan uma lisan eh Uma Knua eh Uma Lulik ka ho lian português "Casa Sagrada" timor nian ne'ebé mos sai hanesan Uma Lulik ne'ebé importante iha Knua Ria-ailau, Ainaro-Manutaci. Uma Lulik ne'e besik ba Ramelau hun. Uma ne'e agora nia gerasaun ladun barak, maibé komesa buras fali ona ba oin ho prezensa foin sa'e sira ne'ebé foin moris iha tinan 1990 mai leten. Agora dadaun Sr.António mak hola fatin eh substitui fali Sr. Augusto ne'ebé uluk nudar bali nain ba Uma Lulik ne'e nia fatin para bali uma ne'e. Uma Diurpu lokaliza iha Distritu Ainaro, Subdistritu Ainaro, Suco Manutaci no Aldeia IV. Nia fatin uluk besik malu ho uma Lisan Mantilu ne'ebé uluk iha Mupelotui no Maupelohata. Maibe agora sai ona mai iha buat mos ka fatin foun principalmente iha tempo katuas Augosto nian. Ita hare iha imagem ne'e, iha uma ne'e nia kotuk ida kalohan taka ne'e mak foho Ramelau ka Tatamailau. Hori uluk iha okupasaun Portuguesa no Ocupasaun Indonésia nian iha Timor, Uma Diurpu seidauk hetan Sunu ka amesa hosi Ahi. Tanba tuir história beiala sira nian, uma ida ne'e ahi nunka bela han, ka ahi la han. Tuir lian nain no katuas sira nebe hare ho matan, katak iha tempo kolonial português nian iha Timor, uma Mantilu nebe momentu neba hari besik kedan uma Diurpu (Uma tatis sei ba malu) ne'e ahi han tia iha kalan ida, nebe tuir lolos uma Diurpu ne'e mos ahi tenki han hotu, nia logika nune, tanba uma rua ne'e rabat malu kedan. Maibe katuas sira haktuir dehan, sa mak akontese iha momentu neba mak, manu makikit mean (manu lokmea ) ba tur iha uma Diurpu nia kakuluk ne'e i kuando ahi lakan ne'e baku ba uma Diurpu nia leten, manu makikit ne'e loke liras dala ida, ahi lakan baku fali ba parte seluk. Ho nune'e ahi han uma Mantilu ne'e to romata, maibe uma Diurpu ne'e ahi la han. I manu makikit ne'e tur iha uma ne'e nia kakuluk to ahi lakan hotu ka mate. Iha kolonial indonésia nian, ahi nunka han uma ne'e. Milisia sira tama to'o iha bairro neba i sunu uma Builiuh nebe iha kraik mai maibe la sunu uma Diurpu, milisia sira liu kona dalan ninin deit i neon la kona ka la hanoin at ba Uma ne'e. Além de ne'e, katuas assasinio ka oho dor no katuas seluk nebe ema iha suku laran konsidera katak lia-nain iha suko ne'e fo sasin katak uma Diurpu ne'e iha nia karakter da unika i ema ne'ebé hanoin a'at nunka bele hakat to'o uma ne'e nia sorin, tanba sei la hetan dalan atu tama ba uma ne'e. Iha tempo indonésia nian, iha momento nebé ami hotu sei kik, kuando kalan ka loron mak bapa sira atu tama ba ou falintil sira lao besik iha uma ne'e, ita iha uma laran hatene kedan ona tanba iha manu (ho froma manu fuik hanesan andorinha bot) ida nebe'e hanesan manu makikit kik ne'e semo haleu uma laran ne'e i fó alerta ba ita. Iha ne'e ita nebe toba iha uma laran sei la dukur tanba manu ne'e nia liras sempre baku ita no baku buat kroat nebe ita iha. Uma ne'e uluk iha Maupelohata hansa dehan tia ona. Sai fali mai iha nia fatin foun, hari'i desde 1976 no'o troka lolos iha 1998. Hafoin ta'a fali ai foun no prepara material foun pois hari'i fali iha 1998 to agora 2014. Nia kondisaun diak nafatin hansa ita hare iha retrato ne'e, nia varanda luan liu uluk nian. No Nia sempre nakloke ba ema hotu nebe hakarak ba visita Nia. By Paulo S. Martins (qno.tls@gmail.com)