Cidade do Vaticano, 05 dez (RV) - A liturgia de hoje, de modo especial, nos propõe uma mudança radical que nos torne pessoas de acordo com o coração de Deus. A primeira leitura tirada do livro do Profeta Isaías nos dá uma visão do mundo querido por Deus e pelo qual deveríamos trabalhar para que se tornasse realidade: a harmonia reinando entre as criaturas, sejam animais racionais ou irracionais. O Evangelho nos leva à radicalidade ao apresentar a pessoa de João Batista: ele prega a metanoia, a mudança de mentalidade.
O termo técnico usado pela espiritualidade ao falar de mudança de pensar e de querer é a palavra grega metanoia. Usamos geralmente a palavra metamorfose para falar de mudança de forma. Metanoia é mudar de cabeça, de maneira de pensar e de agir.
João Batista prega isso ao falar em conversão e a mostra quando se apresenta com um modo de proceder bastante simples e voltado para aquele que virá – Jesus Cristo!
Se vivo voltado para mim mesmo, se sou consumista, se me fecho em meu mundinho formado por minha família e minha roda de amigos, se desconheço a realidade que está à minha volta e se penso apenas nos negócios da família, necessito de conversão. Se continuo assim, nunca será Natal em minha vida, mesmo que minha casa esteja bem iluminada e decorada, mesmo que em cada canto haja um presépio, mas será o famoso Natal consumista, sem a presença do aniversariante porque não existe lugar para ele com seus valores em nossa vida.
O Natal autêntico é a abertura do coração ao Senhor para que venha até nós e se instale como quiser. Certamente os frutos serão a fraternidade, a alegria sincera, o serviço despretencioso, a gratuidade no ser e no agir.
Existe uma fábula de La Fontaine - o Cordeiro e o Lobo - onde fica claro que o mais forte sempre possui uma razão para devorar o mais fraco, mesmo que seja sem culpa alguma do primeiro. Também nós, fechados em nosso mundo e confiantes em nossa sabedoria e discernimento, sempre encontramos razões para continuar fazendo o que nos agrada e julgar que sempre temos razão e os errados são os outros. Deixemo-nos questionar pela Palavra de Deus! É a nossa salvação, a libertação de nós mesmos! Eis o tempo propício à conversão, à mudança de mentalidade.
Se o coração não estiver mudado, o Senhor não virá até cada um de nós. A imagem usada pelo Batista deixa claro que para o rei poder chegar ao seu povo, necessita de haver caminhos endireitados, caso contrário se torna impossível. Não é que o Senhor exija caminhos, mas como entrar em um coração fechado, em uma mente que não se abre para acolher novas idéias e para sempre deixar outras? Como acolher o outro se temos muros que impedem o acesso a nós?
Na Eucaristia celebramos o mundo da partilha, onde Deus e não o dinheiro é o Pai. O caminho é o da austeridade de vida e o da solidariedade. E isso com todos os bens que possuímos, desde os materiais até os espirituais, passando pelos psicológicos, os afetivos, os intelectuais. O sacrifícar-se pelo outro e até a própria liberdade se for o caso, faz parte dessa dinâmica, pois Eucaristia é o sacrifício da Vida, realizado pelo Amor, partilhada em favor de todos.
A segunda leitura nos ensina que essa acolhida será para todos os homens, sejam fracos ou fortes, sem preconceito algum. Mas ela também nos diz a necessidade de unirmos nossos sentimentos, a exemplo de Jesus Cristo.
Além disso é preciso criar raízes. Nos primeiros tempos da Evangelização do Brasil, os nosssos índios, após um tempo em que os missionários estavam contentes pelos aparentes frutos colhidos, voltavam aos antigos costumes, deixando com isso os missionários muito tristes com a falta de perseverança dos nativos. É necessário mudança radical!
Nesse segundo domingo peçamos ao Senhor que invada nosso coração e aplaine nossa afetividade, corrija nossos valores e derrube nossos muros. Que nossa vida, com toda sua riqueza seja colocada em favor da paz, da harmonia entre os homens. Que a paz e a beleza da noite de Natal, quando veio ao mundo o Príncipe da Paz, não seja impedida pelo nosso egoísmo, mas permitida pelo nosso querer e agir, pelo nosso coração. Advento/Natal é tempo de amar, tempo de mudar de vida para amar mais, em plenitude.
Nossa vocação é o Amor! Vivamos o Amor sem limites, sem empecilhos, sem barreiras, o Amor da Noite de Natal!
A voz do papa e da igreja em diálogo com o mundo.
Fonte: http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=444602
SOBRE MIM / ABOUT MY SELF / TENTANG DIRI SAYA / KONA-BA HA'U AN.
- Paresma D'aquinho
- Díli, Díli, Timor-Leste
- Olá..., Sou Paulo S. Martins, de Ainaro, sou eis seminarista do Seminário Maior de São Pedro e São Paulo Fatumeta, Díli, Timor-Leste (Eis Frater), licenciado em Direito pela Escola de Direito da Universidade do Minho, Braga-Portugal e sou mestre em Direito Tributária pela mesma escola. Atualmente sou jurista e assessor legal num instituto público em Díli. Ora, esta página criei em 2010 com intuito partilhar pouco conhecimento que eu tenho ao público em geral e aos que têm sempre sede de ciências e informações. Os conhecimentos e as informações que opto por publicar aqui sempre estão relacionados com direito, cultura, família e poemas. Aqui vai a minha página. Portanto, agradeço imenso pelos comentários e sugestões dados para melhorar esta página. Um grande abraço. Paulo Martins
domingo, 5 de dezembro de 2010
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GENTE DE TIMOR (Obra Original do Paulo S. Martins)
Da ilha verde, da forma de crocodilo.
Da verdura montanhosa e da alma lutadora.
De um sangue humilhado mas não ser humilhada.
Da brisa da frescura e do aroma da verdura,
Do rio pedroso e das rasas espinhosas,
das cores arco-íris e das flores da natureza.
Ó gente de Timor...!
Das praias bonitas e das ondas manhosas,
das águas quentinhas e das bocas sorridentes.
Do coração da pomba e pele da cobra,
dos olhos da águia e pés dos crocodilos.
das mãos do campo dos pés do viagante.
Ó gente,
minha gente
gente de Timor...!
mostrai a boca e lavai os olhos,
treinai as asas e voai mais alto,
treinai os pés e chegai mais longe.
Da verdura montanhosa e da alma lutadora.
De um sangue humilhado mas não ser humilhada.
Da brisa da frescura e do aroma da verdura,
Do rio pedroso e das rasas espinhosas,
das cores arco-íris e das flores da natureza.
Ó gente de Timor...!
Das praias bonitas e das ondas manhosas,
das águas quentinhas e das bocas sorridentes.
Do coração da pomba e pele da cobra,
dos olhos da águia e pés dos crocodilos.
das mãos do campo dos pés do viagante.
Ó gente,
minha gente
gente de Timor...!
mostrai a boca e lavai os olhos,
treinai as asas e voai mais alto,
treinai os pés e chegai mais longe.
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