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SOBRE MIM / ABOUT MY SELF / TENTANG DIRI SAYA / KONA-BA HA'U AN.

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Díli, Díli, Timor-Leste
Olá..., Sou Paulo S. Martins, de Ainaro, sou eis seminarista do Seminário Maior de São Pedro e São Paulo Fatumeta, Díli, Timor-Leste (Eis Frater), licenciado em Direito pela Escola de Direito da Universidade do Minho, Braga-Portugal e sou mestre em Direito Tributária pela mesma escola. Atualmente sou jurista e assessor legal num instituto público em Díli. Ora, esta página criei em 2010 com intuito partilhar pouco conhecimento que eu tenho ao público em geral e aos que têm sempre sede de ciências e informações. Os conhecimentos e as informações que opto por publicar aqui sempre estão relacionados com direito, cultura, família e poemas. Aqui vai a minha página. Portanto, agradeço imenso pelos comentários e sugestões dados para melhorar esta página. Um grande abraço. Paulo Martins

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Uma história de Amor

No dia 1 de novembro de 2019 Júlia foi ao cemitério visitar o túmulo do seu pai, arrumava-a e enchia-a de flores. Sempre ia no dia primeiro, porque ela não gostava que houvesse tanta gente. Enfim esse dia sentou-se em uma grande pedra que estava a um lado do túmulo, quase não havia gente, por isso ela se colocou a conversar com o Pai, De repente atrás dela estava uma criança aparentemente de 8 anos.
Ela ficou assustada pois achou muito estranho, porque a criança estava sozinha e ela perguntou-lhe o que fazia ali e onde estavam os seus pais. O pequeno respondeu, que não sabia.
Me deixaram aqui e me sinto muito sozinho, ninguém vem me ver já faz muitos anos e continuo sozinho.
Quando ela ouviu isso se levanto. e um tanto hesitante e com os olhos saltados perguntou-lhe... de onde vens?
Ele com seu dedo apontava para uma sepultura velha e muito descuidada, Júlia quis correr e gritar mas estava paralisada, não podia se mover, se aproximou lentamente do túmulo e viu que estava escrito no túmulo o nome de Pedrinho elizondo, 1998-2008,
O menino disse-lhe... Eu me chamo Pedrinho e você?
Ela não lhe respondeu, espero um pouco para assimilar-lo, depois de um rolê ela pensou ao melhor precisa de ajuda para poder descansar, então disse-lhe...
- o que é que você quer? E Ele respondeu-lhe...
Eu quero ver a minha mãe!
Ela me tratava mal mas não era ruim, o homem com quem se juntou, ele sim era ruim me machucava e me batia.
Mas a minha mãe nunca acreditou em mim, quando eu lhe dizia não acreditava em mim, ela trabalhava o tempo todo, sempre me deixava só com ele. Quando eu chegava em casa e me encontrava machucado ele mentia-lhe, dizia-lhe que eu tinha caído jogando bola ou da bicicleta e ela acreditava nele.
Eu chorava muito, desde os cinco anos quando ele começou a me maltratar, tanto que aos oito eu já não sentia os golpes ou as coisas que ele me fazia, um bom dia tomei um veneno que a mamãe guardava para os insetos que havia em casa e como não Havia ninguém a escuridão chegou e eu nunca mais pude abraçar minha mãezinha 😭😭
- pobre menino!! Exclamou Júlia
- e a sua mãe onde está?
Pedrinho disse-lhe onde eles viviam e com detalhe o que havia perto de sua casa. Não sei se ainda vive lá, mas gostaria de vê-la de novo. Você pode me ajudar a voltar a vê-la ? Disse-lhe o menino, então julha atendeu o pedido mas disse .
- eu não prometo nada, mas vou tentar!!!
A criança sorriu e sumiu, ela arrumou um pouco o túmulo daquela criança e colocou algumas flores que ela tinha levado para o pai e saiu dali. Já no seu carro, não parava de pensar naquela criança, pobre criatura como lhe puderam fazer isso se perguntava, quando lhe veio à mente o sorriso daquela criança e quis tentar procurar a sua mãe. Foi para a direção que lhe disse a criança, encontrou uma casa velha que parecia desabitada mas não estava.
Júlia dentro do seu carro chegou na porta daquela velha casa e bateu então abriu-lhe uma senhora muito descuidada e disse-lhe...
Desculpe!! Você conhece pedrinho elizondo? A mulher ao ouvir esse nome soltou-se em choro e disse a Júlia... Sim, era meu filho, hoje completaria 10 anos, faleceu aos oito. E você como soube? que aqui morava, Júlia disse-lhe...
Podemos sentar-nos para conversar Nesse momento ouviu uns gritos de um homem bêbado,que insultava falava em espancar a mãe de pedrinho então Júlia disse para a senhora como pôde não defender seu filho venha comigo preciso mostrar lhe algo e levou a senhora próximo ao cemitério panteão e parou perto de um parque e aí sentaram-se a conversar , Júlia contou-lhe o que aconteceu nesse dia no panteão para a senhora que não acreditava.
Júlia relatou tudo o que esse homem fazia ao seu filho e quando chegava na sua casa e a criança estava agredida e a senhora não acreditava no pequeno então a mulher soltou-se em choro. Júlia perguntou-lhe porque nunca visitou o túmulo do seu filho.?
O Homem não me deixava sair, nem a trabalhar, me tinha presa, me batia, até agora que você chegou. Depois que meu filho, morreu ele ficou agressivo comigo, me machucava, me usava, me batia foi quando eu entendi que meu filho dizia a verdade, mas já era tarde demais.
Ele estava morto por minha causa por não acreditar nele.
Senhora, disse-lhe Júlia... o seu filho está triste, sente-se só e quer vê-la para poder descansar em paz. Vamos, estamos perto do panteão, a senhora disse...
Eu preciso pedir perdão ao meu filho.
Chegaram ao panteão se aproximaram daquele túmulo, e ela começou a chorar e pedir perdão a gritos para o seu filho, ela dizia-lhe perdoa-me por não ter acreditado em você meu filhinho amado perdoa-me por ter metido um monstro na nossa casa .
Júlia a viu tão arrependida que a deixou sozinha e saiu para comprar umas flores para que ela arrumasse o túmulo do pequeno. Não demoro nem 20 minutos a voltar, viu a senhora deitada meio corpo sobre aquele túmulo, mas sem um só barulho, nem um soluço, nada. Júlia se aproximou, falou pra ela mas ela não atendia, o cabelo dela cobria o rosto.
Júlia insistia, a senhora está bem? Levantou seu cabelo e seu rosto tinha um sorriso. A mulher estava morta sobre o túmulo do seu filho.
Júlia não soube o que aconteceu nesses 20 minutos que saiu e já não quis saber mais, apenas chamou o vigilante do cemitério e ele se encarregou de enterrar a senhora ao lado de seu pequeno !
Júlia saiu dali ao mesmo tempo feliz e triste por ter realizado o pedido da criança! Derepente uma rajada de vento assobiou , lhe sussurrando lhe aos ouvidos...
Obrigada!! Nunca mais estarei sozinho!! e Júlia saiu de lá se sentindo em paz !
Nos próximos anos e datas que visitara o panteão, não voltara a vê-lo, mas sempre deixara um buquê de flores no seu túmulo para ele e sua mãe. Ao colocar as flores sempre sente um forte vento soprar sobre seu rosto pois ela sabe que é Pedrinho, que se encontra feliz, ao lado da sua mãe!!! 👩 👦
Se você é filho, valoriza sua mãe.
Se você é mãe, ame o seu filho.
E acima de tudo acredito no seu filho.
A história publica no Fb do Leo Bueno Liviz e foi republicada aqui para partilhar convosco. 
Vale a pena ouvir o pequeno ou as crianças que estão a queixar algo, porque as crianças são inocentes e falam de pura verdade.


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GENTE DE TIMOR (Obra Original do Paulo S. Martins)

Da ilha verde, da forma de crocodilo.
Da verdura montanhosa e da alma lutadora.
De um sangue humilhado mas não ser humilhada.


Da brisa da frescura e do aroma da verdura,
Do rio pedroso e das rasas espinhosas,
das cores arco-íris e das flores da natureza.


Ó gente de Timor...!
Das praias bonitas e das ondas manhosas,
das águas quentinhas e das bocas sorridentes.


Do coração da pomba e pele da cobra,
dos olhos da águia e pés dos crocodilos.
das mãos do campo dos pés do viagante.


Ó gente,
minha gente
gente de Timor...!
mostrai a boca e lavai os olhos,
treinai as asas e voai mais alto,
treinai os pés e chegai mais longe.


Uma Lisan Diurpu,

Uma Lisan Diurpu,
Uma lisan Diurpu, hanesan uma lisan eh Uma Knua eh Uma Lulik ka ho lian português "Casa Sagrada" timor nian ne'ebé mos sai hanesan Uma Lulik ne'ebé importante iha Knua Ria-ailau, Ainaro-Manutaci. Uma Lulik ne'e besik ba Ramelau hun. Uma ne'e agora nia gerasaun ladun barak, maibé komesa buras fali ona ba oin ho prezensa foin sa'e sira ne'ebé foin moris iha tinan 1990 mai leten. Agora dadaun Sr.António mak hola fatin eh substitui fali Sr. Augusto ne'ebé uluk nudar bali nain ba Uma Lulik ne'e nia fatin para bali uma ne'e. Uma Diurpu lokaliza iha Distritu Ainaro, Subdistritu Ainaro, Suco Manutaci no Aldeia IV. Nia fatin uluk besik malu ho uma Lisan Mantilu ne'ebé uluk iha Mupelotui no Maupelohata. Maibe agora sai ona mai iha buat mos ka fatin foun principalmente iha tempo katuas Augosto nian. Ita hare iha imagem ne'e, iha uma ne'e nia kotuk ida kalohan taka ne'e mak foho Ramelau ka Tatamailau. Hori uluk iha okupasaun Portuguesa no Ocupasaun Indonésia nian iha Timor, Uma Diurpu seidauk hetan Sunu ka amesa hosi Ahi. Tanba tuir história beiala sira nian, uma ida ne'e ahi nunka bela han, ka ahi la han. Tuir lian nain no katuas sira nebe hare ho matan, katak iha tempo kolonial português nian iha Timor, uma Mantilu nebe momentu neba hari besik kedan uma Diurpu (Uma tatis sei ba malu) ne'e ahi han tia iha kalan ida, nebe tuir lolos uma Diurpu ne'e mos ahi tenki han hotu, nia logika nune, tanba uma rua ne'e rabat malu kedan. Maibe katuas sira haktuir dehan, sa mak akontese iha momentu neba mak, manu makikit mean (manu lokmea ) ba tur iha uma Diurpu nia kakuluk ne'e i kuando ahi lakan ne'e baku ba uma Diurpu nia leten, manu makikit ne'e loke liras dala ida, ahi lakan baku fali ba parte seluk. Ho nune'e ahi han uma Mantilu ne'e to romata, maibe uma Diurpu ne'e ahi la han. I manu makikit ne'e tur iha uma ne'e nia kakuluk to ahi lakan hotu ka mate. Iha kolonial indonésia nian, ahi nunka han uma ne'e. Milisia sira tama to'o iha bairro neba i sunu uma Builiuh nebe iha kraik mai maibe la sunu uma Diurpu, milisia sira liu kona dalan ninin deit i neon la kona ka la hanoin at ba Uma ne'e. Além de ne'e, katuas assasinio ka oho dor no katuas seluk nebe ema iha suku laran konsidera katak lia-nain iha suko ne'e fo sasin katak uma Diurpu ne'e iha nia karakter da unika i ema ne'ebé hanoin a'at nunka bele hakat to'o uma ne'e nia sorin, tanba sei la hetan dalan atu tama ba uma ne'e. Iha tempo indonésia nian, iha momento nebé ami hotu sei kik, kuando kalan ka loron mak bapa sira atu tama ba ou falintil sira lao besik iha uma ne'e, ita iha uma laran hatene kedan ona tanba iha manu (ho froma manu fuik hanesan andorinha bot) ida nebe'e hanesan manu makikit kik ne'e semo haleu uma laran ne'e i fó alerta ba ita. Iha ne'e ita nebe toba iha uma laran sei la dukur tanba manu ne'e nia liras sempre baku ita no baku buat kroat nebe ita iha. Uma ne'e uluk iha Maupelohata hansa dehan tia ona. Sai fali mai iha nia fatin foun, hari'i desde 1976 no'o troka lolos iha 1998. Hafoin ta'a fali ai foun no prepara material foun pois hari'i fali iha 1998 to agora 2014. Nia kondisaun diak nafatin hansa ita hare iha retrato ne'e, nia varanda luan liu uluk nian. No Nia sempre nakloke ba ema hotu nebe hakarak ba visita Nia. By Paulo S. Martins (qno.tls@gmail.com)