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Díli, Díli, Timor-Leste
Olá..., Sou Paulo S. Martins, de Ainaro, sou eis seminarista do Seminário Maior de São Pedro e São Paulo Fatumeta, Díli, Timor-Leste (Eis Frater), licenciado em Direito pela Escola de Direito da Universidade do Minho, Braga-Portugal e sou mestre em Direito Tributária pela mesma escola. Atualmente sou jurista e assessor legal num instituto público em Díli. Ora, esta página criei em 2010 com intuito partilhar pouco conhecimento que eu tenho ao público em geral e aos que têm sempre sede de ciências e informações. Os conhecimentos e as informações que opto por publicar aqui sempre estão relacionados com direito, cultura, família e poemas. Aqui vai a minha página. Portanto, agradeço imenso pelos comentários e sugestões dados para melhorar esta página. Um grande abraço. Paulo Martins

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Breve história relativa aos tributos existentes em Timor-leste na época da colonização portuguesa

Paulo Soares Martins
(Mestre em Direito Tributário

pela Universidade do Minho, Braga - Portugal)


Na verdade, como foi apontado pelos historiadores que Portugal chegou em Timor no século XVI, particularmente em 1515 com com a passagem da armada enviada por Afonso de Albuquerque às Molucas, sob o comando do capitão-mor António de Abreu[1].
Fixou então o enclave Oecusse como primeiro centro de contacto com timorenses. Posteriormente foi por razões geográficas, economia de subsistência e segurança da presença portuguesa no território que o Governador Teles Menezes decidiu mudar o capital da colónia que era em Oecussi para Díli em 11 de agosto de 1769[2].
A presença de Portugal no território encontrava enormes dificuldades  principalmente na ideia de sujeitar o território a soberania portuguesa. O maior dificuldade consistia na recusa por parte dos liurais[3] em sujeição à soberania portuguesa.
Até ao inicio do século XVIII, a soberania portuguesa sobre Timor era precária. Portugal fez muito pouco para poder administrar aquela colónia. Mesmo assim, com grande esforço principalmente do Governador Celestino da Silva em 1894 e 1902 em nome da campanha pacificação[4] conseguiu dominar, ou seja, fazer sujeitar a soberania portuguesa os liurais e reinos rebeldes[5]. 
Assim, na época da monarquia portuguesa em Timor, a aceitação e a sujeição à soberania portuguesa pelos liurais e os seus reinos tinham lugar numa cerimonia publica, um acto concreto e simbólico que se concretizava mediante a deslocação dos liurais a Díli para prestar vassalagem ao Governador que os recebiam em nome do soberano de Portugal. E aos reinos vassalados competia pagarem finta e outra obrigações que lhes forem imputadas[6].
A finta era um tributo que os reinos devem entregar ao soberano de Portugal mediante o Governador. Este tributo materializava nos rendimentos provenientes das atividades agrícolas ou da criação de gados e etc. Este tributo foi lançado durante o governo de D. Manuel Soto Maior (1710-1714) e na maior parte dos casos, esta contribuição era satisfeita em sândalo, ouro ou cera[7].
Este era um tributo existia em Timor-português em que este estava sujeitado ao poder absoluto de Portugal. No entanto, este tributo ainda permanecia até 1906 onde foi substituído pelo outro tributo que se chamava imposto de capitação por força do decreto de 13 de Setembro de 1906 emitido pela Inspeção Geral de Fazenda do Ultramar do Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar[8]. Este tributo só foi cobrado mais tarde, ou seja, em 1908 e 1909[9].  
Foi verificado também as cobranças de outros tipos de tributos, nomeadamente, as taxas que se verificavam nas emissões de licenças para abertura de estabelecimento comercial, por exemplo a licença para abrir casas de penhores, licenças para as atividades lúdicas, tais como, e para a exploração de jogos chineses ou outros: fantan, clú-clú, cartas chinesas, jogo do galo, etc., na capital ou nas sedes dos comandos militares[10].
Após a implantação da República, não havia contribuição predial nem industrial no território. Ao lado do imposto aduaneiro, mantinha-se a existência do imposto capitação que o valor cobrado não era superior a 5%. Introduziu mais outros meios para cumprimento desta obrigação tributaria tais como, um certo número de serviços gratuitos ao Estado, na abertura de caminhos e no serviço de transportes, trabalhos cujos salários não pagos. Havia as taxas e imposto de selo, embora estes tributos eram quase não existiam[11].
Em 1934, ao lado do imposto capitação, foi criado outros impostos, nomeadamente, o imposto de instrução e selo de instrução que foram criados pelo Governador da colónia  em 1934 nos termos do diploma legislativa n.º 7[12] e ainda o imposto de prestação de trabalho e imposto mineiro. 

NB: Se alguém tiver outra opinião oposta a esta que está aqui publicada, faça um favor de enviar e-mail ou coloca comentário a baixo do texto. E se alguém tiver algumas informações relativa a existência dos tributos a partir de 1945 até 1975, faça um favor de fazer comentário ou mandar-me algum documentos. Só assim podemos ser parceiros na partilha do nosso conhecimentos. 
Cumprimentos 
Bloguer. 



[1] FIGUEIREDO, Fernando Augusto de, TIMOR. A presença portuguesa (1769-1945), tese de doutoramento em história, Universidade do Porto, Faculdade de Letras, Porto, 2004, p 113.
[2] Idem, p. 115 – 120.
[3] Antes da administração portuguesa, Timor-Leste era composto por vários reinos, divididos por vários sucos e povoações. Estes reinos eram governados por régulos, designados por liurais. um liurai é eleito pelos seus iguais e descendentes, os principais. Perante a morte de um liurai, o seu sucessor é designado por eleição de entre os membros da linhagem régia, ou seja, eles possuíam uma legitimidade hereditária tradicional e costumeira.
[4] Era uma campanha militarizada, ou seja, trata-se de uma guerra entre portugueses apoiados pelos liurais e reinos fies e os que não aceitavam a presença portuguesa no território. Esta campanha tinha com finalidade de pacificação do território Timor-Português e ocupação efetiva do território sob jurisdição portuguesa. 
[5] FIGUEIREDO,  Fernando Augusto de, TIMOR. op. cit., p. 423 – 428.
[6] FIGUEIREDO,  Fernando Augusto de, TIMOR. op. cit., p. 150 – 151.
[7] Idem, p. 205.
[8] Vide Boletim Official do Districto Autónomo de Timor, n.° 44, 3 de Novembro de 1906, pags. 270-271, disponível na página https://digitarq.ahu.arquivos.pt/details?id=1119650 [01.12.2018]. De igual modo, vide, FIGUEIREDO,  Fernando Augusto de, TIMOR. op. cit., p. 476.
[9] FIGUEIREDO,  Fernando Augusto de, TIMOR. op. cit., p. 479.
[10] Vide Boletim Official do Governo da Provinda de Timor, n.º 24, 11 de Junho de 1910, pags. 137-138,
[11] FIGUEIREDO,  Fernando Augusto de, TIMOR. op. cit., pags. 572-573
[12] idem, p. 693. De igual modo vide Boletim Oficial da Colónia de Timor disponível em https://digitarq.ahu.arquivos.pt/viewer?id=1120177 [01.12.2018].

GENTE DE TIMOR (Obra Original do Paulo S. Martins)

Da ilha verde, da forma de crocodilo.
Da verdura montanhosa e da alma lutadora.
De um sangue humilhado mas não ser humilhada.


Da brisa da frescura e do aroma da verdura,
Do rio pedroso e das rasas espinhosas,
das cores arco-íris e das flores da natureza.


Ó gente de Timor...!
Das praias bonitas e das ondas manhosas,
das águas quentinhas e das bocas sorridentes.


Do coração da pomba e pele da cobra,
dos olhos da águia e pés dos crocodilos.
das mãos do campo dos pés do viagante.


Ó gente,
minha gente
gente de Timor...!
mostrai a boca e lavai os olhos,
treinai as asas e voai mais alto,
treinai os pés e chegai mais longe.


Uma Lisan Diurpu,

Uma Lisan Diurpu,
Uma lisan Diurpu, hanesan uma lisan eh Uma Knua eh Uma Lulik ka ho lian português "Casa Sagrada" timor nian ne'ebé mos sai hanesan Uma Lulik ne'ebé importante iha Knua Ria-ailau, Ainaro-Manutaci. Uma Lulik ne'e besik ba Ramelau hun. Uma ne'e agora nia gerasaun ladun barak, maibé komesa buras fali ona ba oin ho prezensa foin sa'e sira ne'ebé foin moris iha tinan 1990 mai leten. Agora dadaun Sr.António mak hola fatin eh substitui fali Sr. Augusto ne'ebé uluk nudar bali nain ba Uma Lulik ne'e nia fatin para bali uma ne'e. Uma Diurpu lokaliza iha Distritu Ainaro, Subdistritu Ainaro, Suco Manutaci no Aldeia IV. Nia fatin uluk besik malu ho uma Lisan Mantilu ne'ebé uluk iha Mupelotui no Maupelohata. Maibe agora sai ona mai iha buat mos ka fatin foun principalmente iha tempo katuas Augosto nian. Ita hare iha imagem ne'e, iha uma ne'e nia kotuk ida kalohan taka ne'e mak foho Ramelau ka Tatamailau. Hori uluk iha okupasaun Portuguesa no Ocupasaun Indonésia nian iha Timor, Uma Diurpu seidauk hetan Sunu ka amesa hosi Ahi. Tanba tuir história beiala sira nian, uma ida ne'e ahi nunka bela han, ka ahi la han. Tuir lian nain no katuas sira nebe hare ho matan, katak iha tempo kolonial português nian iha Timor, uma Mantilu nebe momentu neba hari besik kedan uma Diurpu (Uma tatis sei ba malu) ne'e ahi han tia iha kalan ida, nebe tuir lolos uma Diurpu ne'e mos ahi tenki han hotu, nia logika nune, tanba uma rua ne'e rabat malu kedan. Maibe katuas sira haktuir dehan, sa mak akontese iha momentu neba mak, manu makikit mean (manu lokmea ) ba tur iha uma Diurpu nia kakuluk ne'e i kuando ahi lakan ne'e baku ba uma Diurpu nia leten, manu makikit ne'e loke liras dala ida, ahi lakan baku fali ba parte seluk. Ho nune'e ahi han uma Mantilu ne'e to romata, maibe uma Diurpu ne'e ahi la han. I manu makikit ne'e tur iha uma ne'e nia kakuluk to ahi lakan hotu ka mate. Iha kolonial indonésia nian, ahi nunka han uma ne'e. Milisia sira tama to'o iha bairro neba i sunu uma Builiuh nebe iha kraik mai maibe la sunu uma Diurpu, milisia sira liu kona dalan ninin deit i neon la kona ka la hanoin at ba Uma ne'e. Além de ne'e, katuas assasinio ka oho dor no katuas seluk nebe ema iha suku laran konsidera katak lia-nain iha suko ne'e fo sasin katak uma Diurpu ne'e iha nia karakter da unika i ema ne'ebé hanoin a'at nunka bele hakat to'o uma ne'e nia sorin, tanba sei la hetan dalan atu tama ba uma ne'e. Iha tempo indonésia nian, iha momento nebé ami hotu sei kik, kuando kalan ka loron mak bapa sira atu tama ba ou falintil sira lao besik iha uma ne'e, ita iha uma laran hatene kedan ona tanba iha manu (ho froma manu fuik hanesan andorinha bot) ida nebe'e hanesan manu makikit kik ne'e semo haleu uma laran ne'e i fó alerta ba ita. Iha ne'e ita nebe toba iha uma laran sei la dukur tanba manu ne'e nia liras sempre baku ita no baku buat kroat nebe ita iha. Uma ne'e uluk iha Maupelohata hansa dehan tia ona. Sai fali mai iha nia fatin foun, hari'i desde 1976 no'o troka lolos iha 1998. Hafoin ta'a fali ai foun no prepara material foun pois hari'i fali iha 1998 to agora 2014. Nia kondisaun diak nafatin hansa ita hare iha retrato ne'e, nia varanda luan liu uluk nian. No Nia sempre nakloke ba ema hotu nebe hakarak ba visita Nia. By Paulo S. Martins (qno.tls@gmail.com)